quarta-feira, 16 de novembro de 2011

1963 - SÃO PAULO, BRASIL


Os Jogos Pan-americanos de São Paulo, em 1963, tornaram-se realidade graças ao esforço da Comissão Organizadora e Executiva, presidida pelo Major Sylvio de Magalhães Padilha, e dos Governos Estadual e Municipal. Dias antes do começo dos Jogos Pan-Americanos de Chicago, foi realizado o VII Congresso Esportivo Pan-Americano, que indicou a sede dos Jogos de 1963. Pela primeira vez, houve disputa entre duas candidatas. A cidade de São Paulo venceu por 18 votos a 5 a disputa contra Winnipeg, no Canadá. Pela primeira vez o Brasil receberia uma edição dos Jogos Pan-Americanos.
A Vila Pan-Americana, que serviu de hospedagem para todos os atletas participantes, foi construída em tempo recorde na área que hoje pertence à Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP). Obra prevista para ser concluída em três anos, a construção da Vila passou por um processo de aceleração e ficou pronta em pouco mais de 150 dias. Com um projeto arrojado para época, com estruturas pré-fabricadas, os seis edifícios abrigaram durante o Pan de São Paulo os e demais membros das delegações.
Mas não só os alojamentos foram construídos em tempo recorde. Piscinas, quadras, refeitórios, serviço médico, transporte e toda a infra-estrutura foram executadas a tempo do início dos Jogos Pan-americanos. Foram utilizados o ginásio e o velódromo do Ibirapuera, o Autódromo de Interlagos, instalações do Palmeiras, do Paulistano, do Pinheiros e do Pacaembu, além do Jockey Club, da Hípica Santo Amaro, da Sociedade Hípica Paulista, da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, no Rio, entre outros.
Não havia outro lugar mais charmoso e mais importante do que o Estádio do Pacaembu para a abertura dos Jogos. Fundado em 1940, o Estádio Municipal era, na época, a maior praça de esportes do Estado de São Paulo e recebeu cerca de 40 mil pessoas para o evento. A Cerimônia de Abertura dos IV Jogos Pan-Americanos começou em Brasília. A chama olímpica foi acesa na capital por um grupo de índios Carajás, que usou o método tradicional do seu povo para acender o fogo, ao som de "Canto do Pagé", do compositor Heitor Villa Lobos. De lá, passou por Goiânia, Uberlândia, Uberaba, Ribeirão Preto e Limeira até São Paulo, onde chegou ao Pacaembu nas mãos do velocista José Telles da Conceição.
Sob salva de tiros de Artilharia e revoada de pombos, foram hasteadas as bandeiras Olímpica e Pan-Americana. Amaury Passos, campeão mundial com a Seleção Brasileira de basquete em 1959, no Chile, fez o "juramento do atleta". Para encerrar a cerimônia, todos os presentes ao estádio ouviram o Hino Nacional Brasileiro.
Durante 15 dias, os 385 atletas do Brasil disputaram todas as modalidades. Os brasileiros, por sinal, fizeram bonito em casa. Embora não tenha ameaçado o primeiro lugar dos Estados Unidos, o Brasil ficou em segundo no quadro de medalhas. Um dos destaques da campanha brasileira foi a seleção de futebol, que pela primeira vez conquistou a medalha de ouro. O Brasil terminou o torneio invicto com quatro vitórias e um empate, incluindo uma goleada por 10 a 0 sobre os EUA. No time, dois jovens jogadores que se consagrariam como campeões da Copa do Mundo de 70, no México: Carlos Alberto Torres e Jairzinho.
Agora já consagrada por seus títulos em Wimbledon, Maria Esther Bueno ganhou a medalha de ouro em simples e a prata nas duplas, ao lado de Maureen Schwartz. Assim como em 59, o time masculino de basquete conquistou um título mundial no mesmo ano (no Rio de Janeiro) e uma medalha de bronze olímpica no ano seguinte (em Tóquio, no Japão), mas não conseguiu ficar em primeiro no Pan: acabou com a prata, atrás dos EUA.
Depois de oito anos sem alterações, o programa dos Jogos abriu espaço para uma nova modalidade: o judô. Foi uma estréia modesta: apenas três países (Brasil, Estados Unidos e Uruguai), num total de 11 atletas, participaram da competição, que foi realizada em apenas um dia. Ao todo, houve disputa em quatro categorias e os EUA alcançaram o melhor desempenho, conquistando três ouros (leve, pesado e absoluto). O Brasil levou a outra medalha de ouro (médio), com Lhofei Shiozawa.
Pela primeira vez na História, o campeão da prova do salto triplo não foi o brasileiro Adhemar Ferreira da Silva. O americano William Sharpe ganhou o ouro com um salto de 15m15. Adhemar, tricampeão nas edições de 1951, 55 e 59, não competiu no Pan de São Paulo.
Ainda no atletismo, a final da prova dos 200m foi disputadíssima. Três atletas cruzaram a linha de chegada com o mesmo tempo, 21s2. Só o photochart definiu que o venezuelano Rafael Sandrea ficaria com o ouro; o americano Ollan Cassell, com a prata; e o venezuelano Arquimedes Herrera, com o bronze.
No levantamento de peso, o antilhano José Antonio Flores quebrou o recorde mundial na prova de desenvolvimento, categoria pesado ligeiro (até 90kg), levantando 162,5kg. Apesar disso, ele ficou com a medalha de prata que, na época, só era dada para quem alcançasse o melhor desempenho geral em cada categoria. O ouro ficou com o americano Bill F. March.

Número de países: 22
Países: Antilhas Holandesas, Argentina, Bahamas, Barbados, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Guiana, Jamaica, México, Panamá, Peru, Porto Rico, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
Total de atletas: 1.665
Atletas do Brasil: 385 atletas
Número de esportes: 19
Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclismo, esgrima, esportes aquáticos (natação, saltos ornamentais, natação sincronizada, pólo aquático), futebol, ginástica, hipismo, judô, levantamento de peso, lutas, pentatlo moderno, remo, tênis, tiro esportivo, vela e vôlei.
Esporte estreante: Judô



QUADRO DE MEDALHAS

País
Total
Ouro
Prata
Bronze
EUA
199
106
56
37
Canadá
64
11
27
26
Brasil
52
14
20
18
Argentina
39
8
15
16
México
25
2
8
15
Venezuela
17
3
5
9
Cuba
14
4
6
4
Uruguai
13
4
1
8
Chile
10
2
2
6
Antilhas Holandesas
6
-
4
2
Trinidad e Tobago
4
1
1
2
Jamaica
4
-
2
2
Porto Rico
4
-
2
2
Panamá
4
-
1
3
Barbados
3
-
-
3
Guatemala
2
-
2
-
Peru
2
-
1
1
Guiana
1
1
-
-

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