segunda-feira, 21 de novembro de 2011

1967 - WINNIPEG, CANADÁ


Os Jogos Pan-americanos de Winnipeg, em 1967, foram marcados pelo alto nível técnico, que resultou na quebra de numerosos recordes pan-americanos e mundiais. No atletismo, foram estabelecidos 27 recordes pan-americanos e o americano Lee Evans ainda igualou a marca mundial dos 400m: 44s9.Mas a grande onda de recordes aconteceu na natação. Foram estabelecidas nada menos que 14 novas marcas mundiais. O maior destaque foi um jovem americano de 17 anos: Mark Spitz. Ele quebrou dois recordes mundiais (100m e 200m borboleta) e ajudou a equipe americana a bater a marca mundial no revezamento 4x200m livre. Para completar, Spitz também ganhou ouro nos revezamentos 4x100m livre e medley. Total: cinco medalhas de ouro. Um prenúncio do mito que surgiria definitivamente nos Jogos Olímpicos de Munique, Alemanhã, em 1972, quando Mark Spitz conquistaria sete medalhas de ouro, já que nas Olimpíadas da Cidade do México, em 1968, aos 18 anos, ele ainda não estava pronto. Sua performance avassaladora em Winnipeg causou uma expectativa enorme quanto ao seu desempenho no México. Embora tivesse chegado prometendo vitórias (previu que ganharia seis medalhas de ouro), ele só subiu ao lugar mais alto do pódio nas provas de revezamento (4x100m livre, 4x200m livre). Nas provas individuais, ficou com uma prata (100m borboleta) e um bronze (100m livre). Além de Mark Spitz, outro atleta que teria consagração olímpica participou dos Jogos de Winnipeg. O saltador americano Bob Beamon ficou com a medalha de prata no salta em distância, com uma marca de 8,07m. Seu compatriota Ralph Boston levou o ouro (8,29m). Um ano depois, na Cidade do México, Beamon saltaria para a História, estabelecendo o recorde mundial do salto em distância em incríveis 8,90m.
O Brasil também teve no atletismo um resultado que atencipou um bom desempenho olímpico. Nelson Prudêncio ganhou medalha de prata no salto triplo, com 16,45m, e já se imaginava que pudesse dar alegrias ao Brasil nos Jogos do México. A previsão se confirmou não só na Cidade do México um ano depois, com um salto triplo de 17,27m e uma medalha de prata, como também em Munique, em 1972, saltando 17,05m e ganhando o bronze. Já Aída dos Santos, que fora a única representante do Brasil no atletismo e única mulher na Delegação Brasileira nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Japão, em 1964, ficando em quarto lugar no salto em altura, esteve nervosa nessa prova em Winnipeg e não conseguiu medalha. Mas antes havia garantido o bronze no pentatlo.
Apesar do êxito geral dos Jogos, a Cerimônia de Abertura acabou não sendo tão bem-sucedida. Uma chuva torrencial caiu sobre o Estádio de Winnipeg, afugentando espectadores. Apenas 18.097 pessoas se dispuseram a ver a cerimônia e a banda de música tocou com uniformes encharcados e instrumentos danificados pela água. Mas a tempestade não afugentou o príncipe Philip que, inabalável, discursou em francês e inglês, abrindo oficialmente a competição.
O Brasil participou em 15 esportes, ficando ausente apenas nas disputas de beisebol, futebol, hóquei na grama e lutas. Com uma Delegação bem menor do que as dos Jogos anteriores, em São Paulo, conseguiu um resultado bem próximo no quadro geral de medalhas (11 de ouro, 10 de prata e 5 de bronze, quando em 63 foram 14 ouros, 20 pratas e 18 bronzes), superando países com maior número de atletas, como Cuba e México.
Na vela, as equipes as classes finn (com Joerg Bruder) e snipe (com Nelson Piccolo e Carlos Henrique de Lorenzi) fizeram jus a suas classificações no ranking mundial e conquistaram o ouro. Mas seriam os concorrentes brasileiros na flying dutchman, Burkhard Cordes e Reinaldo Conrad, prata em Winnipeg, os únicos velejadores brasileiros a ganhar uma medalha olímpico um ano depois, no México: o bronze na mesma classe.
Apesar de ter uma equipe considerada imbatível, os EUA sucumbiram diante do Brasil na prova de saltos por equipes do hipismo. Com o desempenho brilhante do cavaleiro Nelson Pessoa, então considerado o melhor do mundo, e de Antonio Simões, José Reynoso e Renyldo Guimarães, os brasileiros foram ouro. Desempenho brilhante também tiveram o nadador José Sylvio Fiolo, ouro nos 100m e 200m peito e bronze no revezamento 4x100m medley (ao lado de Ilson Pinto Asturiamo, Waldyr Mendes Ramos e João Costa Lima Neto), e o tenista Thomaz Koch, primeiro colocado nas competições de simples e duplas (ao lado de Edson Mandarino, com quem também formava uma equipe vencedora na Copa Davis na época).

Número de países: 29
Países: Antilhas Holandesas, Argentina, Bahamas, Barbados, Belize, Bermuda, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Guiana, Ilhas Virgens, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.

Total de atletas: 2.361
Atletas do Brasil: 132

Número de esportes: 19
Esportes: Atletismo, basquete, beisebol, boxe, ciclismo, esgrima, esportes aquáticos (natação, saltos ornamentais, pólo aquático), futebol, ginástica, hipismo, hóquei sobre grama, judô, levantamento de peso, lutas, remo, tênis, tiro esportivo, vela e vôlei.
Esporte estreante: Hóquei sobre grama

QUADRO DE MEDALHAS


País
Total
Ouro
Prata
Bronze
EUA
244
128
69
47
Canadá
106
17
39
50
México
48
7
16
25
Cuba
47
7
16
24
Argentina
34
8
14
12
Brasil
26
11
10
5
Venezuela
11
1
4
6
Colômbia
8
1
2
5
Trinidad e Tobago
7
2
2
3
Porto Rico
6
1
2
3
Chile
5
1
1
3
Uruguai
5
-
1
4
Peru
3
-
2
1
Jamaica
3
-
-
3
Bermudas
2
-
1
1
Panamá
2
-
-
2
Barbados
1
-
1
-
Equador
1
-
1
-
Antilhas Holandesas
1
-
-
1
Guiana
1
-
-
1
Ilhas Virgens
1
-
-
1

Nenhum comentário:

Postar um comentário